Antiblog e ?O Caderno?, Mari e Pilar, Saramago e eu
Criminologia

Antiblog e ?O Caderno?, Mari e Pilar, Saramago e eu



Na sala de embarque do Aeroporto Internacional Tom Jobim, após comer um sanduíche frio como 'almoço', fui à banca de revistas com o objetivo de comprar os principais periódicos semanais.
Ao ver os lançamentos, adquiri o livro O Caderno, de Saramago.
Trata-se de coletânea dos textos escritos pelo Nobel para o blog http://caderno.josesaramago.org/, datados de setembro de 2008 a março de 2009. O conteúdo segue a linha dos Cadernos de Lanzarote.
Na epígrafe da nova obra, Saramago explica o motivo de ingressar na onda dos blogs, o que me levou a retomar questão colocada constantemente pela Mari em nossas conversas íntimas.
Segundo a Mari, é quase incompreensível o motivo pelo qual uso esta ferramenta, tendo em vista o culto que tenho e o valor que dou à privacidade. Em realidade, eu e Mari preservamos muito a vida privada e não entendemos como determinadas pessoas se sentem confortáveis com atitudes invasivas. A resistência à exposição explica, inclusive, minha posição nos últimos anos em não aceitar deliberadamente convites para palestras e aulas em cursos de pós-graduação.
Ao ler na epígrafe de Saramago o incentivo que Pilar deu à criação do blog, encontrei uma resposta possível para Mari.
Saramago diz que Pilar, ?a andaluza?, em certa altura do cotidiano em Lanzarote, interpelou sua resistência com o seguinte argumento: ?Tens um trabalho, escreve um blog?.
Eu diria para Mari: ?Tenho idéias, escrevo um blog?.
Ocorre que a escrita e a reflexão instantânea que caracterizam os blogs permite que sejam compartilhadas (e, consequentemente, amadurecidas) determinados pensamentos. Vejo o blog como espaço virtual semelhante ao da sala de aula. Não de uma sala hierarquizada, como a que vemos todos os dias nas Faculdades. Mas de espécie de ágora para a qual convergem afluentes de identidade e de diferenças.
Como sei que a Mari possui inúmeras e interessantes idéias ? que creio que devem (e merecem) ser compartilhadas ?, lhe dei de presente um blog, pensando na tonalidade, na forma e nas imagens que creio lhe daria uma identidade que gostaria de expressar. O conteúdo, porém, está em suas mãos. Quando ela autorizar, divulgo o endereço.
Por enquanto, deixo para a Mari apenas um estímulo: ?Tens idéias, compartilhe, escreva um blog?.



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