Criminologia
Sobre Representações e Significados
O debate sobre a tira do Angeli rendeu muitos comentários. E isso é muito bom, pois demonstra que temos muito o que conversar sobre este tema.
Eu e a Mari discutimos muito sobre a tira e os comentários - inclusive porque ela havia sugerido a publicação.
E pensamos como a questão da violência de gênero, fruto do machismo impregnado em nossa sociedade falocêntrica, ainda seja tratado com certo grau de normalidade.
Neste sentido, pensamos que se o tema fosse transposto para questões históricas mais contundentes, onde a normalização da violência atingiu graus patológicos de violência genocida, fosse possível encontrar chaves de leituras que auxiliassem a análise do caso.
Pensamos como seria a reação se cena similar tivesse como vítimas da violência judeus, negros, (i)migrantes, gays, lésbicas, travestis, transgêneros.
A pergunta que nos colocamos é se a reação não seria de total indignação por serem violências que saíram do estado (patológico) de normalidade, atingiram grau superlativo e foram compreendidas como limites éticos que não podem ser ultrapassados. Em outros termos, constituíram-se como limites de intolerabilidade à tolerabilidade máxima.
Uma hipótese para um quadrinho fictício:
Cena 01: Judeu em uma sala de espera de um consultório médico e comenta com um Skinhead: "A medicação que ando tomando para asma não está melhorando muito minha respiração, me sinto ainda sufocado e isto me incomoda."
Cena 02: Skinhead saca gás lacrimogênio e sufoca o Judeu.
Cena 03: Skinhead, sarcasticamente, ironiza: "Pronto! Não tem do que reclamar. Faltava memória histórica."
Seria possível entender a tira fictícia como ironia, sarcasmo politicamente incorreto ou caricaturização?
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